Fundada há 56 anos, a Intel vive uma fase crítica: está reavaliando projetos de novas fábricas e considerando mudanças estratégicas, incluindo dividir a empresa em duas, uma das quais cuidaria do desenvolvimento de produtos e a outra da fabricação. Nesse ambiente a estrutura de fabricação é chamada foundry.
Segundo relata a Bloomberg, não é a primeira vez que se fala nesse assunto, mas agora, com a empresa enfrentando graves problemas financeiros, isso parece cada vez mais próximo.
No segundo trimestre deste ano, a foundry da Intel teve prejuízos da ordem de US$ 2,8 bilhões, e esses prejuízos vem se repetindo. Se considerarmos os resultados globais da empresa, o prejuízo foi de US$ 1,61 bilhão nesse trimestre, havendo previsões de que esses resultados voltarão a acontecer no futuro próximo.
A foundry, que fabrica chips para a própria Intel e para outras empresas, é parte vital da estratégia de Pat Gelsinger, seu principal executivo, para reinventar a Intel. No entanto, a foundry não tem recebido grandes encomendas de clientes externos e continua a fabricar principalmente os chips projetados pela própria Intel, levantando dúvidas sobre sua sustentabilidade.
A Intel tem procurado o apoio dos bancos de investimento Morgan Stanley e Goldman Sachs na tentativa de superar seus problemas, que recentemente levaram suas ações ao nível mais baixo em mais de uma década – caíram cerca de 60% neste ano, em contraste com o ganho de 20% do PHLX Semiconductor Index (SOX), um índice que mede o desempenho das principais empresas do ramo listadas em bolsas de valores.
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A empresa também tem feito demissões e suspendeu o pagamento de dividendos, na tentativa de reduzir seus prejuízos; a venda de sua foundry passa cada vez mais a ser vista como inevitável, embora existam dúvidas se surgirão interessados, especialmente em função do imenso volume de recursos financeiros necessários à sua manutenção e constante atualização.